domingo, 24 de junho de 2012

Agora...


Amanhã, só depois de amanhã. Levarei amanhã a pensar a pensar em depois de amanhã.
O que temos e o que queremos a mais. Difícil entender e definir este espaço que nos consome e que, vez ou outra, nos faz questionar o sentido do que vivemos e do que - achamos - que queremos viver. 
Se a morte é o fim da existência, então o espaço que existe desde o nascimento é um momento perfeito para as inúmeras possibilidades que temos para acertos e erros, para a busca da realização pessoal que parece responder à quaisquer perguntas que vêm à cabeça toda noite antes de dormir e se preparar para um novo amanhã. ...Hoje não... Não, hoje nada; hoje não posso. A persistência confusa da minha subjetividade objetiva, o sono da minha vida real, intercalado, O cansaço antecipado e infinito, um cansaço de mundos para apanhar um elétrico... Esta espécie de alma... só depois de amanhã... Hoje quero preparar-me, Quero preparar-rne para pensar amanhã no dia seguinte... Ele é que é decisivo. Tenho já o plano traçado; mas não, hoje não traço planos... Amanhã é o dia dos planos. Sábias palavras em pequenos versos que conseguem, com sua simplicidade, expor a sensação que se tem sobre o tempo, esse tempo que parece ser eterno. Voce não ama o hoje, o amanhã, seu amigo, a felicidade estampada em um sorriso através de um pequeno gesto. Não há tempo para isso. Sempre falta algo mais importante e, com isso, as coisas que já consquistou e que formam a base do que representa a sua existência vão para o espaço dos que já é seu e, o que falta..ah! Este sim é importante. Importante para voce que vive e importante para mim, que observo.
Sempre falta algo. Sempre irá faltar. A sociedade caminha em direção da insaciedade, para o querer tanto e o conseguir pouco que desajusta a essência do viver e faz a sanidade se perder pelo caminho em busca do óbvio. Mas, mesmo assim, nenhuma sociedade segue sem desejos, sem a felicidade mesmo que obtida pelo superficial, pelas fotos em um mural público, pelo meio termo entre o ser e o querer; entre o viver e o saber. O amanhã nunca chegará. Somos reféns de um medo, criado por nós mesmos, que nos afixia, um medo que não nos deixa enxergar aquilo que está diante de nossos olhos.

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